Messias Cândido Faleiros, o sétimo prefeito de Guaíra, marcou sua passagem pela administração do município de maneira indelével, com seu nome eternamente vinculado ao Paço Municipal. Eleito indiretamente pela Câmara Municipal durante o período do Estado Novo de Getúlio Vargas, Faleiros comandou o município entre 23 de maio de 1936 e 17 de setembro de 1938, totalizando um pouco menos de dois anos no cargo.

Natural de Ituverava, São Paulo, onde nasceu em 12 de abril de 1873, Messias era filho de Francisco Cândido Faleiros e Maria Cláudia de Souza Faleiros. Em 1891, casou-se com Lúcia Porfírio Alves, com quem teve seis filhos: José Cândido, Maria, Messias, Amélia, Francisco e Emília. Após se estabelecer em Guaíra, dedicou-se à pecuária, à agricultura e ao comércio de gado.

Durante seu mandato, Faleiros morava em sua fazenda e realizava o trajeto diário até a Prefeitura a cavalo. Sua postura firme e responsável em relação à administração pública deixou um legado importante na história local. À época, a cidade não contava com instituição bancária ou cofre para a guarda dos recursos financeiros provenientes de taxas e impostos, uma situação que exigia soluções criativas. O prefeito optou por manter a arrecadação sob sua supervisão direta: transportava o dinheiro em uma capanga para sua residência, retornando no dia seguinte para entregá-lo ao tesoureiro da Prefeitura.

No entanto, um incidente infeliz alterou o rumo de sua gestão. Messias Cândido Faleiros foi vítima de uma emboscada e foi assaltado enquanto seguia pela estrada, resultando na perda de 11 mil contos de réis da arrecadação pública. Em um ato de responsabilidade e comprometimento com o bem-estar da comunidade, o prefeito reconheceu a gravidade da situação e decidiu devolver do próprio bolso o valor que lhe foi subtraído. Para ele, a preservação dos bens públicos sob sua guarda era uma questão de honra, que exigia reparação integral. Esse episódio reforça a imagem de um gestor que dirigiu suas ações pautado pela seriedade e ética no trato da coisa pública.

*Com informações do livro “Um Lugar, Um Nome, Uma Vida”  do jornalista Ovídio Nascimento